Fátima
Atropelei-te, atlético trapalhão que sou.
No dia do teu aniversário, foram umas quantas feridas a minha sentida prenda.
Enrolado no espesso e remendado sobretudo cinzento que herdei do meu irmão, e que leguei ao meu avô (que, apesar dos seus sobranceiros noventa anos, parece crescer-lhe nos ombros de ano para ano), rebolei contigo nos paralelos angulosos e severamente frios dessa manhã de Janeiro.
Pequenina, franzina, cabelo louro, possivelmente natural - que sei eu -, dentes apresentáveis, mas um hálito muito, muito, muito desagradável.
Não terminámos a queda numa posição de beijo iminente, teria sido um embaraço que me faria relembrar-te mais vezes do que esta avulsa vez.
Quanto estiver completamente senil, já poderei e hei-de utilizar a expressão "uma vez não são vezes", e por decalque da fómula: "uma balada não são baladas", "um míssil terra-ar não são mísseis terra-ar", "uma pose-de-quem-não-quer-a-coisa não são poses-de-quem-não-quer-a-coisa"; tinha de confessar esta alergia.
Lembrei-me de ti, que sorte tens (não é jactância, posso contrapor que não deves lembrar-te de mim sem razão aparente e distante do dia do teu aniversário), despareceste para sempre (pelo menos até hoje, que exagerado sou), eu desapareci, deixámos de existir. Moravas na cidade seguinte, quase imediata, aqui tão perto, e não dou por ti, pelo menos (desculpa-me..., sou um amigo perverso) não me tem cheirado.
Só não me lembro do teu nome, espero que gostes de Fátima.
Eu gosto.
No dia do teu aniversário, foram umas quantas feridas a minha sentida prenda.
Enrolado no espesso e remendado sobretudo cinzento que herdei do meu irmão, e que leguei ao meu avô (que, apesar dos seus sobranceiros noventa anos, parece crescer-lhe nos ombros de ano para ano), rebolei contigo nos paralelos angulosos e severamente frios dessa manhã de Janeiro.
Pequenina, franzina, cabelo louro, possivelmente natural - que sei eu -, dentes apresentáveis, mas um hálito muito, muito, muito desagradável.
Não terminámos a queda numa posição de beijo iminente, teria sido um embaraço que me faria relembrar-te mais vezes do que esta avulsa vez.
Quanto estiver completamente senil, já poderei e hei-de utilizar a expressão "uma vez não são vezes", e por decalque da fómula: "uma balada não são baladas", "um míssil terra-ar não são mísseis terra-ar", "uma pose-de-quem-não-quer-a-coisa não são poses-de-quem-não-quer-a-coisa"; tinha de confessar esta alergia.
Lembrei-me de ti, que sorte tens (não é jactância, posso contrapor que não deves lembrar-te de mim sem razão aparente e distante do dia do teu aniversário), despareceste para sempre (pelo menos até hoje, que exagerado sou), eu desapareci, deixámos de existir. Moravas na cidade seguinte, quase imediata, aqui tão perto, e não dou por ti, pelo menos (desculpa-me..., sou um amigo perverso) não me tem cheirado.
Só não me lembro do teu nome, espero que gostes de Fátima.
Eu gosto.
1 Comments:
Fátima é um bom nome...
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