Monday, December 24, 2007

A vida é uma sitcom?

Embaraça-me falar com esta propriedade de tanto (a vida, oiço dizer) com tão poucas palavras. É que o que não faltam são palavras, mesmo que repetidas, semelhantes, homónimas, a história toda. De repente apeteceu-me acrescentar que o que faltam são ideias. Mas é mentira. Há mais ideias do que conseguimos conceber. Se grande parte delas são más ou ordinárias ou insensatas, isso é uma discussão que não quero ter aqui e agora; talvez por aqui, há-de haver um momento, um outro que não este. O tempo é como as palavras. O que não falta é tempo. Há mais tempo do que conseguimos conceber. Parar.

Tentando justificar o título, e por andar com os bolsos cheios de perguntas: por que razão as entrevistas andam cheias de parêntesis com uma palavra no meio, assim mesmo:

(risos)

Por que razão se passou a assinalar cada risinho de um entrevistado?

Aqui formulo alguns motivos:
- as entrevistas não são sérias;
- os entrevistadores não são sérios;
- os entrevistados não são sérios;
- os entrevistados não reconhecem seriedade à entrevista;
- quem redige as entrevistas inventa momentos de esponeidade e meninice no discurso dos entrevistados;
- só ando a ler entrevistas de gente pateta feitas por gente pateta, destinadas a gente pateta.

Esta última proposição é mais ou menos verosímil do que ser a vida uma sitcom?

Venha o diabo...

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