Tuesday, September 30, 2008

A poesia fodeu tudo

Um amigo quer empalar-me com um atiçador de lareira, por tanto ter afirmado.
Outros cinco amigos já cortaram ou irão cortar (cortarão é mais nobre do que irão cortar? Irão está nas bocas, por esta era, justifica-o?) relações – não sexuais mas sim sexuadas – comigo.


Cortarão relações comigo, por tanto, portanto, por tanto, portanto.
Tenho doze amigos e uma quantidade incerta de conhecidos que me desprezarão civilizadamente, maldir-me-ão pelas costas


Ah, não disse que os poetas foderam tudo, apenas foram o instrumento da cópula.

Dois amigos não me empalaram por ter afirmado que os poetas são o instrumento da cópula, e não o contrário.

Porquê isto?

Porque os civis (vão assim identificados) se permitem liberdades quando contagiados pela hipotética magia da poesia, e pervertem prosa e poesia numa emulsão, indignificando ambas.

Há resultados folclóricos, anedóticos, sórdidos, sendo a maior frequência de uma ingenuidade alegre, no sentido mais beato de gay.

Acrescento um exemplo, aumentarei a colecção sempre que possível.

Atrevo-me a notar os excessos de mau-gosto:

Videiras das castas Alfrocheiro e Jaen espraiam-se pela parcela, até quase beijarem o espelho translúcido e quieto do rio Dão.

A poesia fodeu tudo.

Reticêncas.

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