Thursday, April 30, 2009

Seiscentas mil razões para detestar a versão mais conveniente da História







Dresden.



Bonito serviço dos grandes, grandes, grandes, grandes, grandes, grandes filhos da puta dos Aliados.



Ser ocidental é um disparate, é ser alimentado por fantasias estimáveis, sim, até sensuais, só que construídas sobre a desgraça dos outros, dos orientais, dos austrais, dos boreais.
(600.000 é a estimativa mais exagerada, embora a raiva permita e até legitime ir além no exagero.)

Thursday, April 23, 2009

Seria feliz, juro



simplificado assim o trajecto eu tivesse meu


meu assim simplificado o tivesse trajecto eu


assim eu o tivesse simplificado meu trajecto


tivesse eu o meu trajecto assim simplificado



irisado seria o meu futuro.



De onde és?


Perguntam.


De onde sou?


Pergunto.


Quando a uma pergunta simples e objectiva me falta a resposta, bem, só posso socorrer-me constantemente do caldeirão da ficção.


É tão simples apontar um lugar. Se me perguntarem mais sobre ele, poderei responder que saí de lá com meses de idade, é impossível ir tão longe na minha rememoração.


Montada a mentira, continuaria a faltar-me o lugar.


Por isto, inventei uma personagem que tem um lugar. Sem lhe roubar a vida própria, projectei-lhe a minha falha auto-biográfica; confesso que lhe absorvo a felicidade de ter um lugar seu tão perfeitamente definido.


Fiquei contente também com o nome que lhe descobri.


Socorro.


Sim, é uma mulher, sem ser Maria de coisa alguma, apenas a coisa alguma que é Socorro.
Galega como a couve.