Tuesday, January 23, 2007
Quitinofilia. Ou, antes: "The Lazy Sunbathers", by Mr. Moz
A verdade, um momento da verdade, uma variação possível dela, uma interpretação possível, é que estou ansioso por dar a conhecer os demais modelos de óculos de sol, e 2007 já se vai consumindo. Tenho dois modelos fantásticos (um deles é tão surpreendente que fui interrogar o designer se aquilo seria - ou são - antes umas lentes de contacto de sol!) que vos darei aqui a conhecer.
Como este espaço é - durante os próximos dez minutos - democrático, se alguém se sente já nauseado com tanto insecto feio e desejar impedir-me de meter aqui mais dois bichos medonhos, pode fazê-lo. Dez minutos.
Por email (perdi a vergonha e meti-o no meu complete profile, aqui à direita).
Se ninguém tenta impedir-me, prometo mais mulheres nuas em breve...
Como este espaço é - durante os próximos dez minutos - democrático, se alguém se sente já nauseado com tanto insecto feio e desejar impedir-me de meter aqui mais dois bichos medonhos, pode fazê-lo. Dez minutos.
Por email (perdi a vergonha e meti-o no meu complete profile, aqui à direita).
Se ninguém tenta impedir-me, prometo mais mulheres nuas em breve...
Tuesday, January 16, 2007
Friday, January 12, 2007
Ontem Bia
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A Bia não é uma laranja. Se fosse, gostaria de a descascar.
Não só por isso.
Também para ver com é por dentro.
Só pode conter raridades, contos de fadas, inocências perdidas, desenhos de pássaros bonitos, deslumbramentos, encantamentos, feitiçaria branca e azul, e até uma secção para os apreciadores de pipocas.
A verdade é que não conheço a Bia.
A verdade é só essa, e tudo isto foi uma ficção, talvez incluindo também esta frase, ou não.
Não é comum em mim, mas desta vez proponho-me resolver o meu desconhecimento. Se a menina - Bia - tiver paciência, dê-me a primeira palavra que associa a
Poesia
Geometria
Euforia
Geriatria
Fria
Judia
Penetraria
Bio
Bia.
Vá, a audiência inventada deste blog aguarda inquieta.
Inquieta. Esta palavra vem do javanês antigo. Juro.
(Direi, escreverei, que a ficção pode vir mesmo até ao finalzinho deste texto, já a seguir, quanto fechar o parêntesis, reparem, aqui à frente, adiante do ponto final.)
Wednesday, January 10, 2007
Quitina
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Várias, pequenas, bem bronzeadas, cabelos encaracolados, super-protegidas com grandes óculos escuros (insectos formidáveis), acumulando carros, vestidas com toda a gala para a solene sessão de educação superior da tarde.
Cantarolei:
"I think I saw you in an ice-cream parlour, drinking milk shakes cold and long
Smiling and waving and looking so fine, don't think you knew you were in this song."
(D.B. fez 60 anos anteontem, sessenta anos... doze vezes "five years"...)
E em pouco tempo dá-se o emparelhamento com os vários animais do outro sexo, altos, de todas as tezes, super-protegidos com grandes óculos escuros (insectos formidáveis), acumulando carros, vestidos com toda a gala...
Fotografei o lazer no final das aulas.
Tuesday, January 09, 2007
Saturday, January 06, 2007
Thursday, January 04, 2007
Ó séria Literatura!
A frase mais límpida que li nos últimos tempos:
"Cesariny artista poeta já deixou de morrer."
(lido num blog, não sei qual, no dia - ou o seguinte - à morte dele, que não a do blog, claro)
Fixei aqui a minha atenção pois parece-me tão evidente: morre-se constantemente, quando se morre, e só então, deixa-se de morrer.
Custa-me fortunas suportar a sisuda literatura, e os sisudos trituradores de literatura, apegados sem pejo à morte, porque escrevem para vencer a morte, porque a literatura vence a morte, e grosserias afins. É um discurso fúnebre, em que não há defunto para sepultar; se não há morto, falar de morte - julgo - é oco e patético e inconsequente e perda de tempo, logo desnecessário e indesejável.
Escrevi uma vez que a televisão e a nossa morbidez não deixavam (e teimam em não deixar) morrer as pessoas. Como aconteceu com a queda do Concorde, em que transmitiam insistentemente as imagens do avião em chamas, com as pessoas ainda vivas, ainda vivas, ainda vivas, com a transmissão constante elas nunca morreriam, não morreriam, mesmo que nada milagoroso nos ocorresse para impedir o acidente (um de nós pode ser um deus com esse e outros poderes e não o ter descoberto ainda), não deixávamos então de as transmitir, na impossibilidade de as salvar, impedíamos que morressem, ainda vivas, ainda vivas, não morrerão, não morrerão.
Descobri entretanto que o nosso desejo não é esse, é antes vê-las morrer o maior número de vezes possível. Especialmente quem morre de forma fantástica.
Apesar de uma morte fantástica já me parecer um tema mais nobre, quero obrigar-me a não escrever sobre a morte. É um cândido tema para escritores ambiciosos de aclamação académica, como diz o Viegas: os almirantes.
Tenho vontade de escrever longamente sobre o desejo de morte (pulsão mais forte do que a sexual, tão forte quanto o desejo de sobrevivência, soa absurdo - e certamente será - mas parece-me uma equação resolvida), para não ser confundido isso possivelmente nunca acontecerá (impossivelmente acontecerá significaria o mesmo?).
Em orientar navegações já tenho dificuldade bastante com a minha piroga.
("milagoroso", não corrigi, soa melhor assim, avé corruptela.
"Cesariny artista poeta já deixou de morrer."
(lido num blog, não sei qual, no dia - ou o seguinte - à morte dele, que não a do blog, claro)
Fixei aqui a minha atenção pois parece-me tão evidente: morre-se constantemente, quando se morre, e só então, deixa-se de morrer.
Custa-me fortunas suportar a sisuda literatura, e os sisudos trituradores de literatura, apegados sem pejo à morte, porque escrevem para vencer a morte, porque a literatura vence a morte, e grosserias afins. É um discurso fúnebre, em que não há defunto para sepultar; se não há morto, falar de morte - julgo - é oco e patético e inconsequente e perda de tempo, logo desnecessário e indesejável.
Escrevi uma vez que a televisão e a nossa morbidez não deixavam (e teimam em não deixar) morrer as pessoas. Como aconteceu com a queda do Concorde, em que transmitiam insistentemente as imagens do avião em chamas, com as pessoas ainda vivas, ainda vivas, ainda vivas, com a transmissão constante elas nunca morreriam, não morreriam, mesmo que nada milagoroso nos ocorresse para impedir o acidente (um de nós pode ser um deus com esse e outros poderes e não o ter descoberto ainda), não deixávamos então de as transmitir, na impossibilidade de as salvar, impedíamos que morressem, ainda vivas, ainda vivas, não morrerão, não morrerão.
Descobri entretanto que o nosso desejo não é esse, é antes vê-las morrer o maior número de vezes possível. Especialmente quem morre de forma fantástica.
Apesar de uma morte fantástica já me parecer um tema mais nobre, quero obrigar-me a não escrever sobre a morte. É um cândido tema para escritores ambiciosos de aclamação académica, como diz o Viegas: os almirantes.
Tenho vontade de escrever longamente sobre o desejo de morte (pulsão mais forte do que a sexual, tão forte quanto o desejo de sobrevivência, soa absurdo - e certamente será - mas parece-me uma equação resolvida), para não ser confundido isso possivelmente nunca acontecerá (impossivelmente acontecerá significaria o mesmo?).
Em orientar navegações já tenho dificuldade bastante com a minha piroga.
("milagoroso", não corrigi, soa melhor assim, avé corruptela.