Tuesday, May 09, 2006

Fecundação

Uma boa constritora.
Não há abraço igual. Final. O último, sem auxílio.
Cobiço-te o corpo, e o que com ele conseguirás fazer (comigo, espero).
Enquanto me desenrolo e enrolo à tua volta, asperges feromonas, que me açoitam a anca, e relembram que não sou o réptil sensual que te fascinou, subornou a tua orientação, atraiu para diante de mim, agora suspensa e aqui, com o teu vácuo interior suspenso e exposto, rogando que o invada, mais vezes, que o farte, que o fecunde. Que o farte de novo mais tarde. Que o farte novamente.
No teu vácuo, ficou o meu conteúdo.
Uma estafeta; aí tens o testemunho. O melhor de mim (sim?). Mesmo que não derramado todo na tua noite orgânica, repartindo as minhas secreções e atenções também (com e) sobre a tua superfície.
Se te deixas adormecer, cuida bem, expões-te ao meu abraço predador(*).
Tenho fomes.
Fomes.
Muitas fomes.
Vou "predar"(*).

(*) - viva o verbo!

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