Thursday, March 31, 2011

O senhor Miguel outorga

"Nenhum português deste século ficou a conhecer a realidade social da pátria se não passou pelos calabouços da P. I. D. E. ou por um tribunal político, mesmo só para testemunhar. Se nunca encarnou a liberdade fechado num curro, ou teve de defender o pensamento sentado no banco dos réus."
Lisboa, Boa Hora, 29 de Outubro de 1968.
Miguel Torga

Friday, February 11, 2011

Mulher-girafa reincidente



A confirmação de Audrey Hepburn

Thursday, February 10, 2011

Há frases...

... que inauguram toda uma nova perspectiva sobre a modernidade.




COMPUTER GENERATED JESUS.

Friday, January 28, 2011

Capturei mais um exemplar de uma mulher-girafa


Audrey Hepburn

Adenda ao post anterior


Espero ter-me feito entender, porque isto não é exactamente uma metáfora.

Inauguração da galeria "mulheres-girafa"


Chiara Mastroinanni

Friday, January 07, 2011

Um voto de saúde para este cavalheiro



Moribundo, ou morrendo mais aceleradamente do que seria normal, Christopher Hitchens é apreciado e depreciado com igual entusiasmo por não ter papas na língua. Articulado com elegância, há momentos em que o adversário não percebe imediatamente que está a ser insultado (há relapsias muito pontuais em expressões bem vulgares, o que até é visto como fazendo parte do charme do senhor), além de outros proveitos, ouvi-lo ou lê-lo é um entretenimento.
A haver o que nos prometem os religiosos, este cavalheiro dará muitas dores de cabeça a quem o receber do outro lado.
É o que mais me anima na garantia de vida no além, encontrar todas as mentes fantásticas que daqui para lá migraram, estou a imaginar-me à conversa com o Fernando Pessoa, por exemplo, sem ser ficção numa perspectiva, mas só podendo ser ficção.

Estou tão feliz por não ter nascido uma mulher bonita



Tura Satana
É verdade.
É o nome da dama.

Monday, December 06, 2010

Hiperclassicismo


MEDEIA
Ah, para os mortais, que mal terrível são os amores!

CREONTE
É conforme as circunstâncias, ao que suponho.



(Ou como a inocência de uma constatação pode ter em si mais ironia do que a suportável.)

Wednesday, November 10, 2010

Poesia Inesperada

Be-Bop-A-Lula

Well, she's the girl in the red blue jeans
She's the queen of all the teens

Intrigado é pouco: red blue jeans?

Só pode ser poesia.

Tuesday, October 26, 2010

Ainda a poesia, casta ou dissoluta, súbita, indesculpável.



Children are innocent
A teenager’s fucked up in the head
Adults are even more fucked up
And elderlies are like children
Will there be another race
To come along and take over us?
Maybe martians could do
Better than we’ve done

We’ll make great pets!

My friend says we’re like the dinosaurs
Only we are doing ourselves in
Much faster than they ever did

We’ll make great pets!


(Porno For Pyros - Pets)

Monday, October 04, 2010

J. Bragolin.


Também eu. Melhor: também os meus pais. Este mesmo, numa impressão de cor mais viva, logo adiante da porta que abríamos para as fanfarras pascais. Ali e em várias dezenas de milhar de outros lares.

Recenseado como artista frustrado e fracassado, amaldiçoado, ai, ai, Bragolin; a acreditar na história, o próprio terá instigado a que os proprietários destruíssem todas as cópias, por serem propensas a atrair más sortes. Aqui está algo desesperadamente artístico, não fosse ele um artista, nem arte fosse o que produziu, esse incentivo tê-lo-á sido. A ser verdade, um acto bastou para se erguer muito acima da suposta mediocridade.

Em defesa da arte e da sua santidade, dedicar-me-ei a convencer os meus pais a testar a reacção da tela às chamas.

Sunday, September 26, 2010

Sabíeis?

Tinha a Sofia adormecida no meu regaço quando eles passaram diante de nós.

Praia ventosa, nós refugiados no último metro de areia, abrigados do vento, amparados pelo muro que separa o resto do mundo deste recinto de lazer estival, no estertor da estação.

E eles eram uma mulher pelos quarenta anos, acompanhada por uma criança crescida, teria e tem perto de doze anos. Ela de cabelo escuro, encaracolado, crespo, constrito por um bandó, ele sem nada mais distintivo do que ser roliço sem exagero, ambos de calças de ganga azul escura, camiseta branca sem estampas.

Reparei-lhe na mão, tentei contar, estimei que eram três ou quatro as rosas brancas que levava consigo a possível mãe nesse par de pessoas, de caules imensos, como todas as que se compram nas floristas, distingo-as sem custo, eu que durante alguns anos me dediquei às rosas (uma meia dúzia deles), nunca tal coisa consegui ajudar a terra a produzir.

Pararam pouco adiante, fiquei tão intrigado que não os larguei, conversaram por uns minutos, eu com olhos fixos neles, mesmo quando fingia algo diferente com o rosto mais voltado para baixo, pois a distância permitia-lhes perceber a minha fixação. Quando reparo, a possível mãe estava ajoelhada com as rosas diante dela, e, diante delas, a uns cinquenta metros, um mar irado em sintonia com a praia ventosa. Então, o corpo inventou uma nova posição, que era o meio caminho entre ajoelhada e deitada, certamente que prostrada era, parecia… um peixe; mesmo ao ondular-se para um lado e para o outro, reticente em abandonar a genuflexão e em ter-se esticada, reformulo: como uma sereia contorcendo-se. As mãos, como descrevê-las? Sabeis da posição mais usual quando se tem um telefone portátil e com ele nos debatemos para redigir uma mensagem? Essa mesma, mas retirai o telefone. Ela imprecava sem histeria contra as mãos, ou rosas, ou mar; lembrei-me tangencialmente daquele comportamento dos muçulmanos quando chega o minuto exacto de se virarem para Meca.

O miúdo mantinha-se silente a olhar com atenção para a areia que lhe circundava os pés. Suponho que o que lhe havia sido roubado pelo mar seria um irmão ou um pai. Só poderia supor, consternado, como me atreveria a questioná-los…?

O exercício atravessou uns minutos, entre as imprecações e interrogações das mãos, cria-a perturbada, poderia estar em copioso choro, a combinação de distância com a minha acuidade visual não me ajudou a perceber.

"O que é que aquela senhora está ali a fazer?", perguntou-me a Sara.

Acomodei a Sofia a meu lado, recebi a Sara na sua vez de ser embalada. O cenário intenso do meu flanco direito amenizou-se, estavam ambos de pé, dirigindo-se à água, pouco adiante deles, ao fundo de uma enseada enformada pela inclinação do areal. Não poderia haver dúvidas, aquele era o exacto sítio onde alguém lhes havia morrido. Avançando e retrocedendo para lidar com a ferocidade das ondas, a possível mãe calculava o momento preciso de arremessar ao mar assassino a dádiva da dor que ali veio cerimoniar. Tentativa atrás de insistente tentativa, as rosas regressavam na fímbria das ondas. Três rosas. Uma hipótese verosímil seria a de a data dramática ser esta: vinte e cinco de Setembro de dois mil e sete. E o carnífice monstro de água sempre recusando a homenagem e o luto, desprezando-os com uma indiferença sem arestas.

Sabíéis que o mar é assim tão fodido?

Wednesday, September 22, 2010

Dexter – série 4, episódio 5 - Dirty Harry



Custa-me formular isto, raios todos, mas é uma verdade frequente: há muitas situações em que as palavras não servem para nada (outras – que horror – em que não valem nada), em que a linguagem é um acessório inútil.

Aos trinta e seis minutos e trinta e oito segundos começa a cena e o diálogo, o grande arrepio começa pouco depois, aos trinta e oito minutos e onze segundos:

It doesn’t matter what I do, or what I choose.
I’m what’s wrong, [I am]that’s nothing I can do about it.
If I’m not hurting myself,

(Numa interpretação impressionante, Jennifer Carpenter pronunciando “my-self” aos trinta e oito minutos e vinte e quatro segundos, um segundo eterno.)
I’m hurting everyone around me, and there’s nothing I can do about it.
I’m, I am broken. I am.



A cena acaba aos trinta e nove minutos e trinta e dois segundos, tudo acontece em menos de três minutos.

Tuesday, August 31, 2010

O que me faz feliz

Perceber as diferenças, a necessidade furiosa de se ser diferente sem desdém, embora sujeito a críticas, a todas as críticas.

E adoro isto:
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1 – SEPARANDO A ERVA DOS PRADOS
2 – AO ATRAVESSAR A ERVA DAS PRADARIAS
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1 – Separando a erva dos prados, aspirando o seu raro aroma,
Dela reclamo a espiritualidade,
Exijo o mais íntimo e abundante companheirismo entre os homens,

2 – Ao atravessar a erva das pradarias, ao aspirar o seu especial odor,
Exijo dela a sua correspondência espiritual,
Exijo o mais copioso e estreito companheirismo dos homens,
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1 – Peço que ergam as suas folhas as palavras, actos, seres,
Esses de límpidos ares rudes, solares, frescos, férteis,
Esses que traçam o seu próprio caminho, erectos e livres avançando, conduzindo e não conduzidos,

2 – Exijo que as lâminas de erva se ergam de palavras, actos, seres,
Aqueles que atravessam a atmosfera limpa, rudes, cheios de sol, frescos e nutritivos,
Aqueles que seguem o seu caminho erectos, que caminham com liberdade e autoridade, que chefiam e não seguem os outros,
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1 – Esses de indomável audácia, de doce e veemente carne sem mácula,
Esses que olham de frente, imperturbáveis, o rosto dos presidente e governadores como se dissessem Quem és tu?

2 – Aqueles que têm uma audácia nunca reprimida, uma carne suave e vigorosa, sem mácula,
Aqueles que olham descuidadamente para a cara dos Presidentes e Governadores como que a dizer-lhes: Quem sois vós?
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1 – Esses de natural paixão, simples, nunca constrangidos, insubmissos,
Esses de dentro da América.

2 – Aqueles cuja paixão nasce da terra, simples, nunca constrangidos, insubmissos,
Aqueles que são do interior da América.

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Calamus, Cálamo, The Prairie-grass Dividing, Walt Whitman, Leaves of Grass

1 – Assírio & Alvim, 1999, tradução de José Agostinho Baptista

2 – Relógio d’Água, 2002, tradução de Maria de Lurdes Guimarães
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THE PRAIRIE-GRASS DIVIDING
The prairie-grass dividing, its special odor breathing,
I demand of it the spiritual corresponding,
Demand the most copious and close companionship of men,
Demand the blades to rise of words, acts, beings,
Those of the open atmosphere, coarse, sunlit, fresh, nutritious,
Those that go their own gait, erect, stepping with freedom and command, leading not following,
Those with a never-quell’d audacity, those with sweet and lusty flesh clear of taint.
Those that look carelessly in the faces of Presidents and governors as to say Who are you?
Those of earth-born passion, simple, never constrain’d, never obedient,
Those of inland America.
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Ah, e a estatística, para que nos serve? A mim, para contrapor a sisuda “economia de palavras” à libertina e entusiasmada prolixidade, ambas estimo, ou seja, um exercício nada mais do que lúdico:

1 – 104 vocábulos
2 – 127 vocábulos
Original – 107 vocábulos

Sem conclusões.

Tuesday, June 29, 2010

Literatura Inesperada (1)

I fought the law.
The law won.

(The Crickets, mais reconhecida na versão dos The Clash)



Gravity always wins.

(Radiohead)



I know it's stupid, I just got to see it for myself.
I'm in the corner watching you kiss her, I'm right over here, why can't you see me?
Im giving it my all, but I'm not the girl you're taking home.
I keep dancing on my own.

(Robyn)



All I want in life's a little bit of love to take the pain away.
Getting strong today, a giant step each day.

(Spiritualized)



Loneliness, only taking a place of a friend.

(El Perro del Mar)



I love you from the bottom of my pencil case.

(The Beautiful South)



"Under the X in Texas is where you'll find me, it's where I'll be, singing out the songs, warnin' the world of the perils to come.
With a cloud by day and a cloud by night.
Forced out of 'The Garden Of Earthly Delights'.
And one by one the states will know as they crumble like Jericho, from Canada to Mexico that Texas is the rock to lift you up when the words collide, with the angels to guard and the angels to guide, upon this truth you can rely, so take two steps toward Texas tonight.
For the sheep shall flock to the call of that mighty Texas rock singing: Angel of God, my guardian dear to whom God's love commits me here. Ever this day be at my side, to light, to rule, to guard and to guide."

(Lift to Experience)

(Impossível de conseguir audio ou vídeo, recolho algo com afinidade)

http://www.youtube.com/watch?v=1lhvX-Ba5kc&feature=related

Sunday, June 20, 2010

Diletantismos

Leio-te os pensamentos, sabes que o consigo fazer, horroriza-te que tanto consiga, a mim horroriza-me não te ler pensamentos assim:

"Seigneur! donnez-moi la force et le courage. De contempler mon coeur et mon corps sans dégoût! "
(Baudelaire, Les Fleures du Mal)

O que faz lembrar isto:

"... banqueteados cada hora de muitos açoutes..."
(Fernão Mendes Pinto, Peregrinação)

E tentar imaginar uma cura para os teus delírios de grandeza.

"Satíricos e poetas, bem como filósfos e homens de ciência, eram capazes de referir que se os triângulos tivessem deuses, os seus deuses teriam três lados..."
(Christopher Hitchens, Deus Não é Grande)

Porque são isso mesmo: grandes, delírios.

"Basta dizer que o orgulho e a análise matemática se tinham unido a tal ponto que lhe davam a ilusão de que os astros obedeciam aos seus cálculos..."
(Giuseppe Tomasi di Lampedusa, O Leopardo)

Tanta ilusão minha, não poderia nunca desprezar agora a desilusão igual, isso não, embora tenha já tido a minha suficiente dose de lavradeiras:

"Oh, como folgou nosso bom cavaleiro em tendo feito este discurso, e mais quando achou a quem dar o nome de sua dama! E foi, ao que se crê, que num lugar perto do seu havia uma moça lavradeira de mui bom parecer, de quem ele andou enamorado um tempo, ainda que, segundo se supõe, jamais o tenha sabido ou ele mostra de tal dado. Chamava-se Aldonza Lorenzo, e a esta pareceu-lhe dever dar o título de senhora dos seus pensamentos; e, buscando-lhe nome que não descondissesse muito com o seu e quase aproximasse e se encaminhasse para o de princesa e grande senhora, acabou por lhe chamar Dulcineia de Toboso pois era natural de Toboso..."
(Miguel de Cervantes Saavedra, O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha)

Um homem vê princesas em qualquer seixo rolado; em qualquer rufia se força a matéria prima de uma musa. Releio musa prolongando a primeira vogal, que momento tão oportunamente bovino.

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Não devo disfarçar o grau e tamanho da decepção quando soube ter havido uma mulher algarvia, sobre quem ficaram relatados os feitos particulares, da qual o Saramago se serviu para a caracterização da Blimunda. Também ansiava que a Passarola fosse invenção só sua. Fiquei com esta mágoa de que o que é formidável e surpreendente e imaginoso no Memorial do Convento poderia ter sido tudo recolhido por aqui e acolá. De repente, maldição, percebi quase toda a minha ingenuidade por crer que tudo o está dentro de um livro é uma fantasia original de cada autor. Ainda hoje não quero deixar de acreditar, não quero deixar de ser ingénuo.

No entanto, isso não muda a violência belíssima da ficção do homem.

Abraçado agora ao ponto final, o último de todos, adeus, José, tenho dificuldade em calar a alergia ao preconceito com que o perseguiram e ainda perseguem. Pergunto, por que razão nunca ninguém teve a deselegância de afirmar que o Lobo Antunes é um autodidacta? Garanto, ambos aprenderam a ler e a escrever da mesma forma. Mas... um era (e nunca se deixa de ser, quando assim se nasce?) plebeu e o outro um protegido da alta burguesia.

O sucesso de um plebeu é intolerável.

Ainda me rio de um dito espirituoso largado na apresentação do Lobo Antunes festival de Paraty, penso que em 2009, em que insinuavam ter havido um "erro de português" ao eleger o Nobel da Literatura nesse ditoso ano de 1998, adulando o António à custa do plebeu do José. Ora, ora, é uma perversão intelectual persistir com este preconceito para com os plebeus. Merda, cocó e matéria fecal, pensava conseguir resumir aqui o meu luto e deu-me para isto...

Pobre coitado, não nasceu ensinado, como os outros, os especiais, nem teve uma educação esmerada, como os outros, os especiais, teve de lutar, trabalhar e esculpir a rude pedra da sua educação. Sozinho.

O talento não é plebeu, bem ao contrário, o talento só não é burguês ou aristocrata ou divino porque só é um valor mundano para os mundanos. É um dom do espírito. É mais respeitável que o sagrado.

"São onze os supliciados. A queima já vai adiantada, os rostos mal se distinguem. Naquele extremo arde um homem a quem falta a mão esquerda. Talvez por ter a barba enegrecida, prodígio cosmético da fuligem, parece mais novo. E uma nuvem fechada está no centro do corpo. Então Blimunda disse, Vem. Desprendeu-se a vontade de Baltasar Sete-Sóis, mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia e a Blimunda."
(José Saramago, Memorial do Convento)

Monday, June 14, 2010

O meu terno, imortal e morto amor americano.

Cobri o rosto com a mão e derramei as lágrimas mais ardentes da minha vida. Senti-as escorrer através dos meus dedos e pelo queixo abaixo, queimando-me, o nariz entupiu-se-me, não fui capaz de me controlar e, de súbito, ela tocou-me no pulso.

- Se me tocas, morro – afirmei.

...

- Oh, não chores! Tenho muita pena de ter mentido tanto, mas as coisas são assim...

...

Como não sobreviveria ao contacto dos seus lábios, fui recuando, numa dança miudinha, a cada passo que ela e a sua barriga davam na minha direcção. ...

- Ad-eus! – despediu-se, em tom cantante, o meu terno, imortal e morto amor americano; ...

(Uma grande dose de compota de banana e avelã, isto para quem adivinhar a origem destes excertos mágicos.)

Björk Guðmundsdóttir


And you push me up to this
State of emergency
How beautiful to be
State of emergency
Is where I want to be

Thursday, May 27, 2010

Do you have anything to declare?

Only my genius.

(Muito reconhecidamente, Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, respondendo ao funcionário da alfândega à chegada aos EUA.)

Saudades da Sybil Vane, tantas.



Monday, May 24, 2010

Fiat Uno


Tens a certeza de que queres investir e fiar-te só na beleza exterior, que suportarás bem os danos da idade?

E quando te cansares da pose?
Fia-te, fia-te.

Sunday, May 16, 2010

I'm Crazy About My Baby



I love you so much I could eat you.

Thursday, May 13, 2010

Bomba cirúrgica (de muito curto alcance, nem um bocejo interromperá ao alvo pretendido)

Arrepio-me quando as conversas são orientadas para o “gosto”, “não gosto”. Sei que é aí que as naturezas se encontram, só que... eu não quero encontros dessa natureza. Segrego-me, vá, valha-me um deus.

Por isto, não tenho defesa quando vier armado para além dos dentes do veneno que me mata.

Aqui vou:

Ocre: adoro a palavra, saboreio-a sempre que a reencontro, mastigo-a, articulo-a, silabo-a.
(Sempre recorremos ao “adorar”, pois "gostar" é medíocre, e "amar" está tão malgasto...)

Ocre.

Isto é um exercício para me aproximar e habituar a essoutra palavra que me chega por uma estranha afinidade. Defino-a: geronte ocioso em perpétuo e desgostante cio com uma “filia” invertida. Com esta grafia:

Ócrido.

(As minhas desculpas para quem isto é inacessível por tão distante, havemos de nos reencontrar some sunny day.)

Adenda, nove dias depois, por afinidade:

Ogre.

Ogrível.

Friday, April 30, 2010

Infelizmente, hoje não acordei assim


Tenho de esperançar-me, amanhã é um novo dia.